O rescaldo dos manifestos que sacudiram consciências e estimularam reflexão ainda não é definitivo, posto que o barulho ainda não virou silêncio. O ruído permanece e ecoa, com promessas de aumentar o som. Mas já se sabe que o inconformismo com um modelo de gestão pública que despreza o cidadão alimenta a mobilização. Não se trata de aplicar um carimbo neste ou naquele governo: é um processo histórico, cumulativo, que, circunstancialmente, transbordou, foi para as ruas na forma de um movimento maciço que mirou, num primeiro momento, no reajuste das tarifas do transporte coletivo para alcançar outros alvos. O recado parece claro: é preciso rever conceitos, repensar o formato do Estado e fechar a torneira do desperdício, do descaso. Contudo, diferente do que se insinua entre os que se arvoram lideranças do manifesto, não há outro caminho para se encaminhar as mudanças transformadoras necessárias senão a instância política. São nos fóruns legislativos e executivos, por meio de agentes políticos, que as propostas devem transitar. Não há outro caminho. Não estou aqui a defender matizes ideológicos, mas apenas a apontar o caminho natural e necessário para processar todos esses ingredientes que surgiram nas ruas e dessa mistura retirar a essência do que cada brasileiro espera: um país com menos desigualdades sociais, em que o Estado seja menos prolixo com o dinheiro público e capaz de atender demandas urgentes na educação, saúde, segurança...
19 de jun. de 2013
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